24.7.07

O caso do Frango Maneta


Ocorrência: 9 de Janeiro de 2006

O caso do frango maneta

Supostamente, quando se compra alguma peça de carne congelada, quer seja porco, vaca, peru ou frango, espera-se que o dito produto chegue às mãos do cliente inteiro e conforme a descrição da embalagem. Contudo, as tais descrições nem sempre são suficientemente elucidativas, e podem induzir em erro. Nesse caso, creio que nem mesmo a DECO (Defesa dos Consumidores) poderá servir de tábua de salvação.
Numa manhã calma de segunda-feira, há que fazer as compras da semana e na lista estava um frango. Como aqui em São Tomé, os artigos frescos nem sempre são de confiança e o pouco tempo de permanência nesta ilha exige da nossa parte alguma desconfiança e bastante prudência, decidimos comprar as carnes congeladas e provenientes de outros países. É sempre bom ler os made in dos produtos e certificar-se se são de países de confiança. Mas, não é preciso entrar em paranóia se tal não se fez após se ter comido o produto. Como diz o célebre provérbio, tão claro e tão cheio de sapiência, o que não mata, engorda!
Depois de comprado o frango, o regresso a casa foi bastante refrescante. É sempre bom levar-se uma mochila e colocar os produtos nela, e há que ter o cuidado e atenção de compartilhar o prazer de se levar algo congelado às costas, pois num país que se encontra quase na linha do Equador, há que aproveitar todos os momentos de frescura! Colocou-se o frango no frigorífico de modo a não descongelar e só se tirou por volta das dezoito horas para dar tempo para ser preparado. Pois, isto é algo comum que se faz quando a carne aparenta não ter quaisquer problemas; mas a experiência diz o contrário.
Tirou-se o frango à hora mencionada e às dezassete horas regressou-se à cozinha para preparar o frango para o jantar. Contudo, o frango ainda estava congelado. Nem uma gota de suor se via no corpo do frango. É justo dizer-se que foi uma verdadeira quimera a sauna, corte e despedaçar do frango, que resultou num verdadeiro esfaqueamento do mesmo. Contudo, que lance a primeira pedra aquele que por tal situação nunca passou!
Qual não foi o espanto da mestre de facas, quando se deparou com o lado direito do frango! Coitadinho, era maneta! Mas, isto é positivo pois é sinal que a luta para a igualdade dos frangos está num bom caminho e que a diferença já não é sinal de discriminação! A outra explicação para o sucedido seria que o Sr. Frango, Asita para os amigos, poderia ter sofrido um acidente de trabalho e, como não pertencia ao sindicato das aves, não tinha sido indemnizado por tal, resultando isso no prejuízo do cliente que ficou com uma asa a menos.
Espera-se que um dia se saiba explicar o que aconteceu, pois é preciso acreditar na providência popular: a verdade vem sempre ao de cimo.
Elizabete Luís

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